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domingo, 22 de julho de 2012

Madrugada (Ferreira Gullar)


Madrugada


Do fundo de meu quarto, do fundo
de meu corpo
clandestino
ouço (não vejo) ouço
crescer no osso e no músculo da noite
a noite
a noite ocidental obscenamente acesa
sobre meu país dividido em classes

Ferreira Gullar

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