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quarta-feira, 25 de julho de 2012

(Paulo Franchetti)


Quando ela passa, eu fico a meditar:
Como errar pôde tanto a natureza,
Dispondo-lhe na bunda tal magreza
E no resto um excesso de aterrar!
O nariz, como um ferro de podar,
O beiço bambo, a bigodeira tesa,
A dentadura suja, e, sem surpresa,
Orelhas como leques, a abanar.
E dos queixos ao cu já referido,
Escorre um corpo magro e pelancudo.
Do qual dizer “horror”! é dizer tudo.
Pra tempero final, é bem fedido,
De morra de cigarro e sovaquinho,
Esse monstro admirável e mesquinho!
                                         


Paulo Franchetti ESCARNHO, 2009

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