XXIII
Frouxo o verso talvez, pálida a rima
Por este meus delírios cambeteia,
Porém odeio o pó que deixa a lima
E o tedioso emendar que gela a veia!
Quanto a mim é o fogo quem anima
De uma estância o calor: quando formei-a,
Se a estátua não saiu como pretendo,
Quebro-a – mas nunca seu metal emendo.
AZEVEDO, Álvares. O poema do frade.
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