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quarta-feira, 25 de julho de 2012

(Paulo Franchetti)


O tempo da velhice não amadurece.

O azedo persiste até que a fruta esteja podre.

O espelho é um animal doméstico que me aguarda.

Mas contra as vitrines não há defesa, nunca é hora de perdão.

Assim as fotos: feras de outro tempo, saltam sobre o dorso
encurvado,

Rasgam as carnes da barriga, a pele acumulada no pescoço.

Restaria o olhar da mulher que envelhece comigo.

Caso o pudesse sustentar,

Conhecendo a distância do que me imagino

Ao que sou,

E daí ao que podemos, quando a noite cai.



Paulo Franchetti MEMÓRIA FUTURA

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