O tempo da velhice não
amadurece.
O azedo persiste até que a
fruta esteja podre.
O espelho é um animal
doméstico que me aguarda.
Mas contra as vitrines não há
defesa, nunca é hora de perdão.
Assim as fotos: feras de
outro tempo, saltam sobre o dorso
encurvado,
Rasgam as carnes da barriga,
a pele acumulada no pescoço.
Restaria o olhar da mulher
que envelhece comigo.
Caso o pudesse sustentar,
Conhecendo a distância do que
me imagino
Ao que sou,
E daí ao que podemos, quando
a noite cai.
Paulo Franchetti MEMÓRIA
FUTURA
Nenhum comentário:
Postar um comentário